Atualmente Country Manager do PayPal no Brasil, Paula Paschoal concedeu uma entrevista animada e recheada de dicas com foco em carreiras.
Administradora de empresas formada pela FAAP, pós-graduada em Gestão de Marketing no Varejo pela FGV, Paula coleciona formações e experiências que agregam valores, para que hoje exerça uma função de destaque dentro de uma grande empresa, em um mundo cada vez mais competitivo e onde as mulheres tem ganho destaque.
Foi eleita uma das 40 mulheres mais poderosas pela Forbes em 2017. Confira a baixo como foi esse bate papo e se inspire!
Como foi o início de sua carreira? “O inicio da minha carreira é muito parecido com a da maioria dos jovens, acho que tirando uma pequena parcela que tem aquela clareza do que quer ser quando crescer, eu não tinha muita ideia, eu fui descobrindo na prática.” Explica Paula.
Paula comenta que teve de se encontrar, passando por diversas áreas, até que dentro do programa de trainee da Câmara Americana de Comércio, se encontrou na área comercial.
Todos têm medo no início da carreira, é quase inevitável, pensamos por vezes que pessoas bem-sucedidas e que ocupam posições de destaque, nunca passaram por isso.
“Eu tive alguns desafios, acho que o começo de carreira é sempre animado, para mim um grande desafio, foi escolher o que eu queria fazer de faculdade, ali para mim, foi uma escolha que seria decisiva ao longo da minha carreira, e eu optei por seguir uma faculdade no meu caso mais abrangente que é administração de empresas” Afirma Paula.
Qual foi o critério para escolher uma faculdade mais abrangente?
“Eu usei o critério de exclusão, eu sei que médica eu não quero ser, sei que advogada eu não quero ser, então a gente vai prestando algumas até que naquele momento me pareceu a melhor base seguir com administração.” Comenta Paula.
Quais competências você acredita serem importantes para os jovens que estão ingressando no mercado de trabalho? “Jovem entrando no mercado de trabalho, tenha foco e comprometimento” Afirma Paula.
Muitos jovens têm medo de escolherem a carreira errada e lá na frente se decepcionarem com sua escolha, Paula também falou sobre isso.
“Só consegue se doar por completo quando a gente faz o que gosta, então por mais que demore, encontre o que você gosta de fazer, encontre qual é sua paixão, com a paixão a entrega fica muito mais fácil”
Diversidade Diversidade é um tema constante no mundo de hoje, a cada dia o assunto é mais abordado e tem maior relevância na sociedade como um todo.
Perguntamos para Paula, qual a importância da diversidade nas empresas?
“A diversidade é uma realidade, a gente (Paypal) hoje tem uma participação de diferentes grupos de minoria, mas mais do que isso, a gente tenta incluir essas pessoas. No momento em que a gente incluí nós temos um impacto imediato no clima (da empresa), as pessoas se sentem mais em casa, se sentem mais confortáveis... eu tenho outras pessoas que são iguais a mim, passando pelos mesmos desafios. Mas tem a questão financeira também, eu consigo pensar e produzir produtos muito mais completos e soluções que atendem diferentes públicos.”
Sobre o fato de a diversidade ser um assunto difícil de tratar Paula afirmou
“A diversidade é como ioga, todo mundo acha legal, mas poucas pessoas praticam.”
Qual foi a importância de mentores durante a sua carreira?
“Mentores sempre foram importantes ao longo da minha carreira e ainda são. Eu sempre busquei manter o relacionamento nas empresas que eu trabalhei, e acabei conseguindo construir a relação de mentores com antigos chefes... hoje tenho um grande mentor que me acompanhou ao longo da minha carreira, e que me traz a importância muitas vezes da decisão olhando o todo, olhando o longo prazo.”
Muitos jovens em início de carreira têm dúvidas sobre em quem se inspirar ou em quem, como ou onde buscar um mentor. Existem diversos programas oferecidos, familiares e amigos, afinal em quem confiar? A Paula deu as dicas para não errarmos no momento dessa escolha.
“Principalmente no começo de carreira, qualquer 15% de aumento de salário, ou um escritório mais bonito, fica muito mais legal do que olhar e dizer: de que forma eu estou construindo minha carreira? É sempre muito importante encontrar pessoas mais sêniores , mais completas, com mais experiência de vida que nos ajudem a guiar por esse caminho... Acho que o jovem que demonstra interesse e a disponibilidade de aprender, de pensar fora da caixa, de ouvir a opinião de uma pessoa completamente fora do negócio, são muito válidos nesse momento, valorizados.
Nesse pensamento de mentoria, perguntamos para Paula: O que te faria ser mentora de um jovem?
“O que me fez pensar e dedicar cada vez mais o meu tempo a mentoria, foi o prazer de entender a diferença que a gente pode fazer na vida das pessoas. Eu sempre trabalhei muito, abri mão de muitas coisas ao longo da minha vida para construir minha carreira, mas eu tive oportunidades, existem muitos outros, muitos jovens no país que não tem as mesmas oportunidades que eu tive. Eu tenho dedicado meu tempo para deixar esse legado à sociedade, para que eu posso fazer a diferença na vida dos jovens. O que me faria trabalhar com mais pessoas é encontrar mais tempo para isso. Não adianta a gente ser mentor sem ter o compromisso de disponibilidade” Comenta Paula que tem de 2 a 3 mentorados por ano.
Qual a melhor forma de construir respeito na carreira de um jovem? “A gente constrói respeito, tendo uma base de valores muito sólidos, a gente precisa construir e sermos extremamente honestos, éticos, corretos e alinhados com os valores daquela empresa que a gente trabalha, é a única maneira que se constrói respeito e confiança.” Afirma Paula.
Uma das grandes dúvidas de qualquer jovem em início de carreira é “como ser notado?” ou “como influenciar o ambiente onde trabalho?” A diretora da Paypal contou para gente.
“Através do exemplo, a gente precisa cada vez mais acreditar e fazer o que a gente fala. Faça exatamente como você pede que as pessoas façam, lidere através do exemplo. Para mim é a maneira mais fácil de conquistar o respeito, a liderança e a confiança dos times.” Ressaltou Paula.
Como me torno um líder? Quais são as competências necessárias? São perguntas que você já se fez? A Paula tem toda experiência nisso e contou um pouco sobre esses pontos.
“Eu acho que para chegar até o cargo de líder, eu volto muito as competências de execução e comprometimento.”
Mas e se já sou um líder, como ser um bom líder? “No momento em que você se torna um líder, eu gostaria de destacar uma característica e competência que a gente acaba falando pouco e que ao longo da minha carreira se demonstrou muito importante, e precisou se tornar presente, que é a resiliência. Aprender a respirar antes de reagir, entender todo impacto antes de repassar isso ao seu time.”
Como diretora da Paypal, além das vendas, o que mais você olha? “Acho que a resposta simples seria, olho pra tudo. Mas na minha experiência eu tenho hoje, duas funções que eu não tinha tanta clareza que estavam tão presentes, e que tomavam tanto do meu tempo no meio deste todo. A primeira no caso do Paypal, uma empresa, uma instituição de pagamentos emissora de moeda eletrônica, um dos pontos que eu acabo investindo muito meu tempo, é em relação a reguladores. No meu caso Banco Central, tem um papel muito importante, quando a gente fala de regulador. Um relacionamento com um mercado como um todo bastante próximo, inclusive com os nossos concorrentes e o relacionamento com a imprensa e outros canais de comunicação.” Explica Paula.
Já imaginou qual a rotina de uma diretora de uma empresa tão grande? Nós perguntamos para Paula e ela nos respondeu.
“Acho que essa é uma das coisas que me faz ser tão feliz como diretora geral do Paypal, não tem rotina. Tem dia que tem horário, tem dia que não tem horário, tem dia que é muito corrido e é impossível dar conta de tudo. Tem dia que tenho vida de dona de casa, vida de mulher, então essa parte de não ter rotina muito me anima” Conta Paula que está na empresa a 7 anos.
O que você tem a dizer para as mulheres que adiam ou deixam de ter filhos por conta da carreira? Quais foram os desafios e benefícios que a maternidade trouxe em sua vida profissional?
“Bom falar sobre maternidade, é um tema que eu adoro, por que fez total diferença na minha vida. Eu gostaria de poder falar para todas as mulheres, não só as que trabalham comigo... o que eu ouvi do meu chefe quando eu me tornei mãe, quando precisei contar da minha licença maternidade. A resposta dele foi: você está indo fazer o MBA em 4 meses e de graça.
Eu gosto de contar isso para todo mundo, não só por que para mim foi muito encorajador, mas por que eu pude provar na prática. Hoje eu sou uma executiva muito mais completa, uma chefe muito mais paciente, que olha sobre a ótica dos outros, eu entendo a importância de delegar, mas também a importância do feedback.” Conta Paula.
“Ser ou não ser mãe é uma escolha muito pessoal, tem gente que nasceu pra ser mãe, tem gente que se questiona e tem gente que tem certeza que não quer ser mãe. Mas para que gostariam de se tornarem mães eu sou a maior incentivadora.” Ressalta Paula.
Muitas mulheres se preocupam por conta do tempo da licença maternidade, será que isso vai atrapalhar minha carreira?
“Esse tempo não vai mudar nada.... pelo contrário as mulheres voltam muito melhores, mais eficientes e focadas, eu sou suspeita, mas recomendo para todo mundo.” Completa Paula.
Quando você olha para o futuro, qual legado gostaria de deixar?
“Eu sempre tive muito cuidado com o que quero deixar e eu achava que eu não conseguiria deixar nada. Achava que a gente tem que ser muito rico, muito importante ou muito influente para fazer a diferença, isso não é verdade. Eu vejo que hoje com pequenas ações eu já consigo fazer a diferença na vida de algumas pessoas... O meu legado que eu gostaria de deixar é conseguir trabalhar para uma sociedade, que independente de sua raça, gênero ou idade, possam ser tratadas de forma igual.”
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